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165 Anos em Revista: A Festa das Pastas
25-10-2017

Com uma história rica e vasta, mas sempre de olhos postos no futuro, o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) celebra o seu 165.º aniversário. Tratando-se dum marco incontornável, decidimos assinalar a data com o lançamento da rubrica “165 Anos em Revista”. Até ao final do ano, serão revelados factos, curiosidades e personalidades pouco (ou nada) conhecidos no seio da instituição. Convidamos toda a comunidade a enveredar numa viagem sem igual a um passado que, por vezes, se confunde com o da própria cidade do Porto.

De cinza e tijolo vestem as fitas do ISEP

O Porto é por inerência um dos expoentes máximos das tradições académicas em Portugal, ou não fosse esta uma das cidades com mais história a este nível. Todos sem exceção, de miúdos a graúdos, conhecemos as famosas “Queima das Fitas”. São dias seguidos de celebração, convívio e música partilhados com amigos que se esperam levar para a vida. Mas quando surgiu este hábito? A verdade é que a “Queima das Fitas”, tal como hoje a conhecemos, tem décadas de longevidade e encontrou na “Festa das Pastas” uma das suas percursoras.

No início do século XX, a “Festa das Pastas” já representava um evento, munido de grande espírito académico, que comemorava a passagem da pasta aos estudantes que estavam prestes a terminar o seu curso, os quintanistas, aos que entravam na reta final, os quartanistas. Juntamente com a passagem da pasta era imposto o grelo aos quartanistas. Ora, ao longo dos anos, esta celebração foi-se repetindo e proliferando pelas diversas faculdades e institutos técnicos do Porto, mas cada um tinha a sua própria festa. Até 1943, as várias “Festa da Pastas” realizaram-se ininterruptamente até que se uniram todas numa só, cenário que se estendeu para a atualidade.

Neste contexto de tradição académica, é comummente sabido e aceite que é de cinza e laranja tijolo que se vestem as fitas do ISEP. Será que sempre foi assim? Não, de todo! De facto, as escolas que estão na génese do nosso ISEP apresentavam outras cores. Só em 1933, com a separação do Instituto Industrial e Comercial em dois estabelecimentos distintos, se começou a pintar os tons que hoje tão bem nos representam. Na altura, o Instituto Comercial do Porto (antecedente do ISCAP) ficou com as fitas azuis e vermelhas, enquanto que as do Instituo Industrial do Porto (IIP) passaram a ser cinzentas. Todavia, não conseguimos identificar quando foi introduzido o laranja tijolo nas fitas do ISEP. Talvez, tenha sido na ocasião em que o IIP passou a denominar-se de Instituto Superior de Engenharia do Porto. De qualquer forma, é de cinza e tijolo que orgulhosamente vestimos a camisola pelo ISEP!